terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Uma pequena prendinha para os leitores

Ao contrário de outros que avançam com concursos cretinos para atribuir ao leitores merdas que têm lá por casa sem destino certo, eu gosto de partilhar com os demais coisas que me dão prazer.
Uma delas é o cinema. Desde uma maravilhosa noite em que, petiz vi o "frankenstein" realizado pelo james whale que me apaixonei pela 7ª arte.
Tudo me fascina.O equipamento, a técnica narrativa própria.
O cinema é para mim a realidade.O que existe fora disso acaba por ser um complemento muitas vezes.
Uma das conversas mais giras que tive foi sobre o cinema de terror vs. cinema de ficção científica.
Diziam-me que a fc representava, ainda que de forma metafórica a realidade actual.
Discordo.O cinema de terror de cada década representa os nosso medos mais profundos baliza temporal.A fc traduz o que esperamos do futuro.
A realidade actual parece sempre mais assustadora.
Eu dou exemplos:
O "hostel", com o medo do espaço geográfico distinto do nosso, feito anos depois do 11 de setembro.
" hellraiser" da década de 80 com o visual s&m e perigos advenientes da sexualidade sem controlo ( a malta morre literalmente em busca do prazer carnal) numa altura que a sida se instalava.
"night of the living dead" nos anos 60, explorando através de zombies as lutas civis nos estados unidos.
E temos esta pérola abaixo.
"texas chainsaw massacre". Feito nos anos 70 por tobe hopper explora a alienação da família americana.Ao contrário dos anúncios dos anos 50 esta estrutura é vista como algo demente, comendo-se a si própria.É uma doença irreconhecível numa altura em que a guerra do vietname acabava.O verdadeiro horror está aqui.Não existe nada por que voltar, as velhas estruturas ruíram.
Veja-se o personagem de leatherface quando enverga o traje de mãe.Entre o patético e o profundamente inquietante.
Marca também de forma simbólica-através do destino dos personagens em viagem-a morte do flower power.
Resta no final uma motossera a girar sem destino...
P.S: Apesar da fama, tem muito menos violência gráfica do que se pensa.
A vossa cabecinha faz o trabalho quase todo.
Digam-me o que acharam.

4 comentários:

  1. eu gostava de comentar, a sério que gostava, mas não tenho arcaboiço cultural nesta matéria. Acho que vou propor este tópico de conversa da próxima vez que um dos meus amigos for jantar lá a casa.

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  2. Tu não deves estar bom da cabeça se achas que vou ver isto.

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  3. bom, bom, agora já li isto com calma, está muito fixe. Agora vou decorar tudo e um dia destes armar-me em entendida em filmes de terror e fazer um brilharete ao pé do meu gajo, que se pela por filmes de terror e também gosta muito dessas análises dos significados dos filmes. Uma jóia de moço, mas tem dias que me esmifra os neurónios com tanta filosofia.

    Izzie: eu também tenho sempre muito medo destes filmes, mas cerro os dentes e agarro-me bem enroscadinha ao meu gajo e nas partes piores ponho a mão à frente dos olhos e pronto, tudo muito bem.

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  4. A.I: Acredita que não é preciso nenhum curso para debitar sobre cinema.Qualquer que seja o género.
    Mais do que ler as tretas do "expresso" ou os imbecis do "público", vê o mais que puderes. De tudo um pouco.
    Acabas por desenvolver o teu arcaboiço cultural:)

    Izzie: Se quiseres tenho por casa em formato anamórfico, widescreen e comentários do realizador:)

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