segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Mas que merda de país me calhou em sorte (2)

Pedro Lomba, com o qual tive o desprazer intelectual de privar nos tempos de ensino ocupa o simpático lugar de secretário de estado adjunto do ministro adjunto. Assim lido, parece uma coisa tirada do Asterix ou do Iznougud. O nome indica logo o que a criatura deve fazer. Nada, puto, neribi, niente... Para justificar o ordenadito que lhe calha em sorte teve a bela ideia de atrair malta de classe (com bago portanto), assim do estrangeiro porque é mais fino. Para quê pergunta o leitor? Criar emprego.Ponto.Final.Parágrafo. O quê em concreto parece que ainda não lhe ocorreu, pelo menos a fazer fé na notícia que hoje li. Portanto, vamos ter mais umas quantas lojas de chineses a darem emprego em part-time a duas ou três brasileiras. Parece-me muito bem, pois então. A propósito, os estaleiros de Viana estão mesmo na merda, não é? Só para confirmar...

Mas que merda de país me calhou em sorte

Para que conste, não tenho nada contra (nem a favor) o sr.Eusébio Ferreira que ontem patinou. Não duvido que fosse uma excelente pessoa para os que com ele privavam. Mas, verdade seja dita a criatura era um futebolista.Dava pontapés em bolas a troco de soldo. Não descobriu vacinas, não escreveu romances, não foi estadista, não fez progredir a humanidade (nem em bom rigor o país) no seu todo. Todos juntos para que não restem dúvidas: DAVA PONTAPÉS EM BOLAS, PORRA!!!!!!!!!!! Assim, não entra na minha cabeça dura porque carga de água anda tudo a chorar pela criatura. Horas de emissão televisiva? Malta à chuva para o funeral? Mas que merda é esta!? Não constitui surpresa (pelo menos para a minha cara metade que já me tinha ouvido a dizer isto ainda o homem não tinha conhecido Caronte) que viesse o bando de grunhos do costume a pedir que Eusébio fosse dormir ao Panteão. Porque levou o nome de Portugal ao estrangeiro. (suspiro) Por onde começar... 1) Estava-se no Estado Novo, essa bela ditadura que tinha como apanágio "pobretes mas alegretes". Mas em que área de intervenção humana o Botas permitia destaque? Na cultura, se não fosse o Gulbenkian estávamos fodidos. Na indústria? Tirando dois ou três gajos apaniguados que andavam a brincar ao Monopólio, não se encontra nada. Na ciência? Temos o Egas Moniz que criou uma merda que transforma pessoas em batatas salivantes... Nem arte tinha o Salazar para sacar "tutu" às colónias como outros países colonialistas fizeram... No meio desta merda toda, um gajo marcar golos à parva num Mundial nota-se logo. Ainda por cima ficava bem ter um tipo das colónias a jogar assim no meio dos branquinhos todos. Dava a ideia de Portugal ser um País catita, abrangente e civilizado. 2) No Panteão e que eu saiba, devem estar pessoas que de alguma forma dignificaram o nome do País. Numa área qualquer, que me contento com pouco. Ide ver à wikipedia se o Eça está lá. De caminho, procurem o Aristides de Sousa Mendes. Só estes dois a título de exemplo. Mas está lá o Carmona que foi Presidente da República numa Ditadura. Vai dormir com o futebolista, se tudo correr bem. Aproveitem que o Ronaldo ainda está vivo para que este escolha o mármore que pretende. 3) 40 anos depois do 25 de Abril, é esta trampa de País que temos. Na mentalidade, estamos na mesma merda pantanosa. Aposto que não vai haver um cabrão de um político que tenha dois dedos de testa e não se aproprie deste "momento histórico". Uns porque têm a imagem romântica do pretinho que veio das colónias e que se constitui como símbolo de um povo oprimido. Outros porque as coisas bem vistas não deveriam ser tão más como se pintam. Afinal até o Eusébio, vindo das colónias teve o seu momento. Puta que os pariu a todos